sábado, 22 de fevereiro de 2014

Refúgio Poético


Poemas publicados no HUMANITAS nº 19 – Fevereiro/2014


Garçom 
Reginaldo Rossi – Recife/PE 

Garçom
Aqui nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor
Garçom
No bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção, por favor!
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
Mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços meu coração.
E pra matar a tristeza
Só mesa de bar
Quero tomar todas
Vou me embriagar
Se eu pegar no sono
Me deite no chão.
Garçom, eu sei
Eu estou enchendo o saco
Mas todo bebum fica chato
Valente e com toda razão.
Garçom, mas eu
Eu só quero chorar
Eu vou minha conta pagar
Por isso eu lhe peço atenção:
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
Mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços meu coração.
E pra matar a tristeza
Só mesa de bar
Quero tomar todas
Vou me embriagar
Se eu pegar no sono
Me deite no chão... 
.............................................
O sol 
Antônio Carlos Gomes – Guarujá/SP 

A vida é apenas uma noite
À procura do sol.

O poeta diz:
Você é o sol de minha vida.

O poeta
Sempre é solitário. 
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A música do corpo 
Genésio Linhares – Recife/PE 

Vislumbrei teu corpo delgado
Como instrumento musical
Vendo-te nua, angelical
E o sol sobre ti embriagado

Pensei: és o meu piano alado
Dei início ao meu recital
No mamilo extraí o som astral
Vibrava um tom nunca escutado

Do ventre belas harmonias
Fui com dedos divinos criando
Uma música foi então brotando

Em teu sexo fiz sinfonias
Dentro de ritmos galopantes
Até o ápice dos sons estonteantes. 
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       Horas vencidas 
       Rafael Rocha – Recife/PE 

Tua paixão ganhou horas vencidas
Ao lado do sonho corporal de mim
Nem o aprendizado de mil vidas
Conseguiu fazer a junção no fim

De quando o homem acariciava
A mulher do seu antigo momento
Enquanto a mulher apascentava
A ternura do seu cruel sentimento

Do desprezo da carne abandonada
Da sua fonte macia desprezada
Pelos beijos e velhos desvarios

Entregando sua boca apaixonada
Para o beijo da loucura desvairada
A resgatar no sonho seus desvios

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