sábado, 22 de fevereiro de 2014

Revelação correta

Editorial publicado no jornal HUMANITAS nº 19 – Fevereiro/2014

Em todas as áreas do conhecimento humano existem perguntas sem respostas. O cientista busca as respostas com as evidências que as prove. O religioso precisa de um deus para crer que a vida tem sentido e para não sentir-se perdido diante do assustador mistério da existência.
Aceitar as ideias ilógicas e absurdas da religião é incoerência pura, para não dizer ignorância. Podemos acreditar se tivermos evidências para isso. A ciência confirma, dia a dia, a correção da teoria do Big-Bang e da teoria da evolução. São teorias corretas (não completas, claro!), e robustecidas por evidências. Se elas fossem completas não necessitariam de evidências.
O ser humano e os demais habitantes do planeta Terra, as plantas, as bactérias, existem porque o arranjo cosmológico aleatoriamente estabelecido permitiu que moléculas pré-biológicas se tornassem biológicas e depois evoluíssem. O mundo sobrenatural que o homem imagina (com a existência de deus, deuses, santos, santas, demônios e ídolos variados) resulta de seu medo, de sua fragilidade, do seu autoengano e do seu desejo de imortalidade.
Qualquer pessoa que diz acreditar em um deus, qualquer pessoa que acredita que um criador seja a causa inicial de tudo, deixa de ter pensamento próprio e capitula diante da própria ignorância. Sim, porque se existe uma entidade sem causa (um deus) por que o universo não poderia também existir sem causa? Poucos param para pensar nisso e preferem viver com antolhos nos cérebros. Vejamos: se nada podemos tirar do nada, uma vez existindo algo como o universo, este estará condenado a existir eternamente; e se pode existir algo a partir do nada, então o universo poderá também ter surgido desse nada. Portanto, mais uma vez fica comprovado que não é necessário existir um criador.
O deus cristão (pai, filho e espírito santo) é da mesma natureza que todos os demais deuses criados pelo homem. Uma fantasia! Salvadores e messias apresentados às massas continuam sendo exploradores da credulidade humana.
As religiões são superstições melhor elaboradas porque os inventores delas ao longo de sua formação incorporaram rituais, tabus, mitos, narrativas (primeiro orais e depois escritas), forjaram livros, doutrina, teologia, literatura etc. As crenças foram perpetuadas através da doutrinação, repetição, usos, costumes e tradições, sem falar do elemento primordial: o MEDO!
O conceito de espírito ou de alma surgiu quando o homem primitivo começou a interpretar o sonho como uma entidade a habitar seu corpo. A partir daí, surgiu o animismo de alma ou de espírito, entes imaginários, pois o que temos de imaterial é a nossa consciência, o pensamento, a imaginação, a mente, todos eles gerados por nossa própria condição biológica no ambiente universal.

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