quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Um breve resumo da Revolução Russa de 1917

Apêndice ao texto do jornalista Rafael Rocha – publicado no HUMANITAS nº 15 – Outubro/2013


No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia concentrava-se no campo (produção de gêneros agrícolas). Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a monarquia czarista de Nicolau II. No ano de 1905, Nicolau II mostrou a cara violenta e repressiva de seu governo, quando, no denominado “Domingo Sangrento”, ordenou que o exército fuzilasse milhares de manifestantes. Assim começaram a se formar os sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Vladimir Lênin que começou a preparar a revolução socialista na Rússia.
Faltavam alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e liberdade. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia na Primeira Guerra Mundial. Os gastos com o conflito, a mortandade e os prejuízos aumentaram ainda mais a insatisfação popular com o czar. As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalharam-se pelo território russo. Motins ocorriam no seio do próprio exército. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado à força do poder e assumiu Alexander Kerenski (menchevique) como governante provisório.
Com Kerenski no poder pouca coisa mudou na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que irrompeu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
O novo governo pôs fim à participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, através do acordo de Paz de Brest-Litovsk assinado em 3 de março de 1918. O acordo provocou uma Guerra Civil que terminaria em 1920, quando o Exército Vermelho derrotou o Exército Branco antibolchevique. Vladimir Lênin e o Partido Comunista assumiram o controle do país. A 30 de dezembro de 1922, foi oficialmente constituída a União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A ela se uniriam os territórios étnicos do antigo Império russo.
O poder supremo, na nova estrutura governamental, ficou reservado ao Congresso dos Sovietes de toda a Rússia. O cumprimento das decisões aprovadas no Congresso ficou a cargo do Soviete dos Comissários do Povo, primeiro Governo Operário e Camponês, que teria caráter temporário, até a convocação de uma Assembléia Constituinte. Lênin foi eleito presidente do Soviete, onde Trotski era comissário do povo e ministro das Relações Exteriores e, Stalin, das Nacionalidades. Josef Stalin foi o dirigente máximo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) de 1929 a 1953. Governou por meio do terror, embora também tenha convertido a URSS em uma das principais potências mundiais.
Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP (Nova Política Econômica). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os EUA na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à liberdade. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios comunistas.
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LÍDERES RUSSOS DESDE A REVOLUÇÃO 
Vladimir Lênin (8/11/1917 a 21/03/1924)
Josef Stalin (3/04/1922 a 5/03/1953)

Nikita Khrushchev (7/09/1953 a 14/10/1964)
Leonid Brejnev (14/10/1964 a 10/11/1982)
Iúri Andropov (12/11/1982 a 9/02/1984)
Konstantin Chernenko (13/02/1984 a 10/03/1985)
Mikhail Gorbachev (11/03/1985 a 24/08/1991)

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