terça-feira, 15 de abril de 2014

Castigo para quem não acompanha a maioria

Paulo Luiz Mendonça - São Paulo/SP 
Especial para o HUMANITAS n º 21 – Abril/2014

Tenho notado certo desprezo dos meus contatos na internet. Para mim não é surpresa, pois sei perfeitamente bem o motivo pelo qual estou sendo deixado de lado.
Há muitas cabeças que pensam como eu neste Brasil de muita fé religiosa. O que acontece é que ninguém se arrisca a se expor. Um professor, por exemplo, na escola, se ele falar o que pensa sobre religião, perderá seu emprego imediatamente, embora a nossa Constituição nos dê o direito do livre pensamento. 
Um radialista jamais poderá falar sinceramente o que pensa, pois também seria jogado no olho da rua. Um político fatalmente perderia a eleição, declarando ser ateu. Enfim, qualquer cidadão que se colocar contra esta maioria religiosa estará execrado do convívio na nossa sociedade.
Diante desse quadro chego à seguinte conclusão: no Brasil nós temos o direito de seguir qualquer religião, mas não temos o direito de não seguir nenhuma, sem sermos marginalizados. 
Como fica o artigo IV da Constituição Federal Brasileira, onde é dito que todo cidadão tem direito à liberdade de pensamento e expressão?
A religião sempre foi imposta a nós na infância pelos nossos pais, durante nossas vidas. Não temos o direito de nos livrarmos dela porque a sociedade não nos dá a devida permissão. 
No meu modo de pensar, não vejo honestidade nesta sociedade que impõe essa condição quase que à força, obrigando as pessoas a seguir a maioria que se diz religiosa. Religião não melhora ninguém, quem é bom sempre será bom; o que as religiões fazem é criar falsos bons. Ou, no caso do nosso país, falsos cristãos.

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Paulo Luiz Mendonça é membro do www.irreligiosos.ning.com

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