terça-feira, 15 de abril de 2014

Teremos um inverno nuclear?

Texto de Manfred Grellmann – Camaragibe/PE
Publicado no HUMANITAS nº 21 – Abril/2014

Aproveitemos enquanto ainda podemos ir ao shopping, viajar, trocar de carro, casa e outras coisas, pois nuvens negras estão a se formar no horizonte

A ameaça de guerra nuclear está novamente muito presente.
Vem-se falando até em inverno nuclear. Provavelmente, como remanescentes da guerra fria existem sites oferecendo treinamentos, empresas multinacionais  oferecendo construção de abrigos, sistemas de segurança, cuja eficiência somente será comprovada depois de usados.
E o lacônico dessa empreitada é que se não atender o cliente na emergência, depois não haverá como reclamar com tudo destruído em cima da terra.
Afinal, essas empresas sabem muito bem que entre mil clientes encontrarão dois ou três que entendam algo de segurança e, vale lembrar, é uma segurança muito especial e complicada para a qual é preciso ter muito conhecimento, pois envolve um largo espectro de fatores e áreas.
Mesmo com boa previsibilidade, não é possível escapar de aspectos surpresas, que podem ser fatais. Vai depender de quantas bombas serão usadas, contra quais alvos etc, etc e etc.
Logo, vão empurrar tudo que possam, não importa se vai funcionar ou ter utilidade. Será um produto com reclamação zero! Qualquer recomendação, se o dinheiro responder, será comprada  dentro da perspectiva do terror.
Estado de coisas exploradas pelos americanos, marcados pela paranoia de segurança, muitas armas e defesa pessoal e ainda os  alarmes  nucleares  da guerra fria, que também ainda não foram esquecidos.
Como diz a primeira emenda da Constituição americana: o direito de posse de arma para defesa da propriedade. Assim, é possível armar-se até os dentes, com qualquer arma.
Só para dar um exemplo, no natal de 2011 foram comprados nos EUA, por cidadãos, nada menos do que 500 milhões de cartuchos fora as armas!!!! Foi o papai-noel mais beligerante que a história conheceu!
É interessante lembrar aquela história em que é preciso confrontar-se com fulano para fazer acertos nada agradáveis.
Pois bem!  Antecede um longo monólogo silencioso ou ensaios com amigos sobre o que se vai argumentar. Vou dizer a ele isto, mais aquilo, outra coisa também vou ter que dizer, ele não vai sair sem ouvir esta, e se ele disser isto vou dizer aquilo etc, etc, etc...
Quando o vendaval passou, o balanço mostrou que nada daquilo ou pouquíssimo do que foi suposto, ensaiado, aconteceu.
Foi tudo diferente. Houve até surpresas! As pessoas pensam conhecer seu lado e esquecem que o outro lado é, na verdade, uma incógnita.Quem tem ideia do que é um inverno  nuclear? Mas dá para ter certeza de quem mais sabe é o povo japonês! O de Chernobyl também sabe! Os pobres moradores do lago russo e arredores  contaminado com intensidade radioativa de 5 Roentgen por hora, mortais, ainda hoje também sabem. Fora inúmeros outros casos que a “eficiente e honesta” imprensa silencia. Nos casos acima, que pouco se parecem com o inverno nuclear que poderemos  ter (se o frenesi de apertar botões dos loucos acontecer) houve ajuda como ações de evacuação, suprimentos, ajuda médica, realocações para  moradias adequadas, além de espaço NÃO CONTAMINADO!! Hiroshima foi ensaio para uma cidade pequena. Para mega cidades, como as de hoje, megatons!  Logo, em raios com centenas de quilômetros, tudo destruído ou extremamente radioativo. Sobreviventes com sobrevida de semanas ou poucos meses de vida, apenas em áreas mais afastadas.
Quanto ao fallout, as correntes atmosféricas se encarregarão de espalhar pelos quatro cantos do planeta. O cenário será o do momento, com todo DNA planetário afetado. Pouco pode ser prevenido com tudo em caos total.
Este cenário todo me faz lembrar uma notícia em que se descrevia como uma mulher ainda andou um pouco, segurando seus intestinos com as mãos, cujo tecido da barriga se tinha desintegrado, devido à radiação e ao calor em Hiroshima.
Quem vai estar escondido em abrigos, com suprimentos, sonha que em algum tempo poderá sair e reconstruir alguma coisa. Quem teve os recursos para tal e bastante treinamento, se esquece talvez de um detalhe: o choque da teoria, treinamento e a realidade. Tudo pode ser bem diferente daquela esperada.
Sobreviver em um abrigo, talvez meses, e ter capacidade de se relacionar com um mínimo de conflitos, dividir comida escasseando e ainda  ter que precisar, de repente, de ajuda médica inexistente, é outro fantasma assustador. Uma bomba relógio traiçoeira.
Falar em continuação da espécie? Se salvar, para quê? É claro, cada um vai reagir da forma que puder.
Enquanto ainda se pode entrar no shopping e fazer a derrama de compras, planejar viagens, trocar de carro, casa nova, sonhar, fantasiar e outros consumismos de luxo, deve  aproveitar isso e bem aproveitado, pois parece que  nuvens negras estão a se formar no horizonte!
Ou como numa  entrevista recente, Kissinger  disse : Yf you can´t hear the drums of war you mus be deaf (Se você não consegue ouvir os tambores da guerra então você deve estar surdo).
Com algumas pessoas que já conversei sobre guerra nuclear ouvi delas que: isto simplesmente não vai acontecer! Isto não pode acontecer! E, outros ainda disseram que Deus não vai permitir isto, porque somos sua criação mais importante.
Quem viver, sofrendo verá! Se tiver sorte, morrerá rapidamente!

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