sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

HUMANITAS Nº 66 – DEZEMBRO DE 2017 – PÁGINA 2


EDITORIAL


   O mito de um deus

O dia 25 de Dezembro foi uma data tirada das festas dos pagãos nos primórdios da igreja católica, cujos líderes desejavam incrustar o cristianismo na mente popular.
Eles adotaram o dia de adoração ao Sol Invictus comemorado pelos romanos como sendo o dia de nascimento de seu deus cristão.
O dia do Sol Invictus idolatrava o deus persa Mitra.
Foi uma data criada hipoteticamente com festejos originários das crenças de outros povos não cristãos que tinham muito mais motivos para comemorar o advento do sol.
Em suas terras, quando do solstício de inverno, no hemisfério norte, o astro-rei era cultuado por trazer luz, calor, colheitas etc.
O dia 25 de Dezembro, denominado Dia de Natal, é simplesmente o dia do sol.
Os exploradores da fé criaram uma propaganda para esse dia com o objetivo de incutir na cabeça dos ingênuos que um deus cristão havia nascido nessa data e que as pessoas deviam presentear e amar e perdoar e serem fraternas.
Ora, será apenas em tempo de festas, de lantejoulas, de estrelinha guia e de fogos de artifícios que homens e mulheres devem mostrar fraternidade e amor uns a outros?
Isso é tendência mítica introduzida pelo cristianismo nas mentes ingênuas, utilizando a filosofia do medo e da adoração à morte para alavancar um paraíso e um deus, inexistentes.
Por paradoxal que pareça, gente que odiou o próximo durante o ano inteiro começa a dar abraços, presentes, cartões de boas festas para esse mesmo próximo.
Todos ficam cegos no centro do niilismo do mundo moderno, criando uma embalagem religiosa para a data e extrapolando pelo mundo a hipocrisia de si mesmos.
Nenhum deus nasceu no dia 25 de dezembro. O deus cristão é apenas uma mentira sagrada e lucrativa que deu certo.
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Zombaria

Rafael Rocha – Editor do Humanitas – Recife/PE

Eis a minha zombaria dentro do dia/noite.
Uma zombaria cruel. Uma zombaria irônica. Uma zombaria aos homens religiosos. Uma zombaria aos jogadores. Uma zombaria aos falsos cientistas. Uma zombaria aos crédulos. Uma zombaria aos poetas da lua. Uma zombaria às mulheres comportadas. Uma zombaria aos hipócritas. Uma zombaria sem limites.
Eu zombo das presepadas que homens e mulheres fazem para manter status. Eu zombo das ingenuidades de todos que se ajoelham e rezam para deuses e santos. Eu zombo daqueles que dizem que um livro de capa preta contém a palavra divina.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria às proibições feitas pelas leis que impedem homens e mulheres de terem desejos loucos e de serem verdadeiros.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria aos políticos que prometem mundos e fundos e roubam o mundo e os fundos prometidos.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria aos que dizem eu te amo sem nunca sentirem a realidade calamitosa do amor.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria aos que olham belas paisagens e gritam aos quatro ventos que essa beleza é obra de um deus e não da natureza.
Eu zombo dos alienados que saem correndo como animais amestrados atrás de líderes fabricados pelos jornais e pela televisão.
Eu zombo quando escuto elogios aos jovens que hoje estão a se comportar de acordo com as conveniências das igrejas, da política e da sociedade.
Eu zombo dos velhotes e das velhotas que acreditam que estão em uma idade cheia de beleza quando a morte traiçoeira espreita seus caminhos.
Minha zombaria tem estilo!
Sei que vão dizer o quanto estou sendo inconveniente. Mas eu continuo a rir e a zombar, observando como esses humanos imbecis e cegos se deixam programar para uma vida pensando no futuro, quando na verdade só existe um passado.
Eu zombo de todos.
Na verdade, minha zombaria é feita com aquele tipo de alegria que só é encontrada quando se fica bêbado do prazer de viver intensamente.

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